Metrô do Rio de Janeiro. Linha 1. Terça-feira, 12 de setembro de 2006

Ontem à noite, voltando para casa de metrô, paguei todos os meus pecados cometidos no período entre 17 de julho e 30 de novembro desse ano. Sim, meus amigos: até os pecados que virei a cometer também já foram absolvidos previamente...

Estava esse gordo que lhes escreve tranquilamente sentado lendo seu jornal, quando adentra o vagão uma jovem senhora com seus três lindos pimpolhos. Um menino de seus 10 anos, uma linda menininha de seus 9 anos e um lindo nenenzinho de uns 2 aninhos apenas. Esse anjinho mais novo estava num carrinho de bebê. A mãe e essa mais novinha sentaram atrás de mim. Imediatamente, senti aquele cheirinho agradável de cocô de criança. Dei uma olhadinha para trás e a jovem senhora mamãe estava trocando as fraldas do neném. E assim ficou um tempão. Enquanto isso, os dois maiorzinhos ficavam berrando seu emocionante cotidiano na escola para a mamãe. Como minha leitura ficou impossível de ser concluída, passei a prestar atenção nos agradáveis acontecimentos que se desenrrolavam à minha volta. Foi quando notei que o carrinho de bebê ia e vinha ao sabor do movimento do trem. Entre diversos gritos, pude percerber que eles tinham especial interesse na estação Flamengo e me animei, achando que saltariam na mesma. Qual o que! Chegando lá, o rapazinho passou a desferir golpes fortíssimos contra a janela de vidro para chamar a atenção de alguém na plataforma. Quem aí falou que era o chefe da família, acertou! Um senhor muito elegante, com sua pochete de couro marrom gasto na cintura, a camisa aberta com o peito cabeludo de fora e o resto da idumentária, vocês podem adivinhar, não é?

A chegada do pai parece ter causado um efeito turbo nas vozes e comportamento das três crionças. A mais novinha, que até então cumpria a missão de guardar o lugar para o pai, começou a rodear pelo corrimão tal qual uma dançarina de strip-tease. ...Não ficou tonta não...Nem caiu no chão. Os mais velhos começaram a brigar entre si numa clara intenção de chamar à atenção paterna. E conseguiram! O sujeito só faltava berrar para tentar fazer as crionças ficarem quietas. Obviamente sem sucesso. A cada estação, papai do céu fazia questão de ignorar minhas preces. Evidentemente, aquela adorável família desembarcou somente na estação Saenz Peña. Foi quando recebi minha absolvição pelo curto período de três meses e meio.

Comentários

Anônimo disse…
Voce anda pecando muito para ter um tempo de absolvição tão pequeno...
Anônimo disse…
Cara, tive até pena de vc...mas ri de chorar...rs. Show ! Galhardo.

Postagens mais visitadas deste blog

Ler jornal

Esplanada Grill

O namorado cavalheiro.