"Assalto" na Rio Branco

Esse fato aconteceu já há algum tempo, mas só agora lembrei de postar por aqui.
Era mais uma quinta-feira de chopada do pessoal e essa se estendeu além da hora. Meu grande amigo Renato Graneiro que mora em Niterói, desistou de ir de barca e resolveu arriscar um buzum na Presidente Vargas. Acompanhei-o (ui!) para de lá também pegar a condução (mas que coisa de pobre!) para casa.
Passava das 23hs e estávamos em plena avenida Rio Branco, na altura da rua do Ouvidor (ou seria Rosário? sei lá...), na calçada oposta aos pontos de ônibus, conversando e tropegando, não necessariamente nessa ordem, quando ouvimos uma voz querendo ser masculina, pois o dono devia ter uns 17, 18 anos, se tanto: "Aêh, perdeu! Passa tudo!". Renato e eu paramos e começamos a olhar pro sujeito. Era um olhar objetivo, incisivo, típico daqueles sujeitos que já beberam uns 12 chopes na noite. Assim ficamos e permanecemos em silêncio.
Novo grito: "Perdeu, porra! Passa tudo! É assalto!". Renato virou-se pro sujeito e falou com toda a calma e finesse que lhe é peculiar: "Tô cagando prá você!". O projeto de ladrão se emputeceu e começou a berrar de novo sua ladainha que era assalto, que nós havíamos perdido blá blá blá. Foi quando Renato mandou de novo: "Tô cagando prá você!", dessa vez mais decidido. Nisso, o pivete recém promovido colocou uma das mãos na mochila e começou a dizer que ia nos queimar, que ia fazer, ia acontecer, só faltou dizer que era "o cara", igualzinho ao Lula e ao Cafu. Ah... pra que..? Imagina o que o Renato falou de novo? Acertou: "Tô cagando prá você!". Pela terceira vez!
Puxa, até aquele momento eu havia me mantido em silêncio, mas eu queria chegar em casa ainda naquela noite, se possível. Enjoado com aquela ladainha de ambas as partes, tomei duas atitudes: 1) Gritei pro "ladrão": "Vou te pegar!"; 2) Bati com o pé no chão bem forte, mas não dei um passo.
Dizem que a última vez em que o sujeito foi visto correndo, ele estava em Sinop, Mato Grosso.

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