O vendedor de peixe

Não sei se todos sabem, mas tenho um aquário em casa, herança da minha mãe. Não. Mamãe não morreu. Está sã e salva curtindo sua nova vida em Búzios. O aquário é pequeno e não temos, Fernanda e eu, tempo e nem paciência de cuidarmos muito dele. A última limpeza que foi feita nele foi em novembro do ano passado. De lá prá cá, o local foi ficando cada vez mais sujo, cheio de fungos e os peixinhos morrendo todos. O último faleceu semana passada. Alexandre, meu cunhado, até se ofereceu para limpar. Mas essas coisas tem que ser profissional. Vai que ele quebra o aquário? Olha a minha e a dele cara de bunda... Fala Milton: Ô rabugento!!!

Peixes são os melhores animais domésticos. Não fazem barulho. Não é necessário se agarrar a ele para ele não ficar carente. Você sabe exatamente onde ele está. Sempre!

Depois que o último peixe, um betta fêmea, morreu. Decidi mandar limpar o aquário e povoar o local novamenente. Chamei o Cláudio, que trabalha num pet shop ao lado do Enchendo Linguiça, e ele fez o serviço. No dia seguinte fui a loja para escolher os novos peixinhos. Bom, eu achava que ia comprar peixes ornamentais, mas acabei recebendo uma demorada e chatérrima aula de química e matemática. Matérias que eu simplesmente A-MO!! O sujeito, dono da loja, começou a falar de ph da água, alcalinidade, que o tamanho do peixe dá tanto de área livre dentro do aquário etc. Pegou uma calculadora e tudo para comprovar o que falava! Continuava a proferir sua aula, mesmo sob protestos meus. O sujeito estava empolgadíssimo com seus conhecimentos e eu só queria comprar uns peixinhos, caramba!

Acabei comprando apenas dois japoneses (aqueles douradinhos) e um telescópio (é uma espécie de japonês, mas todo preto e com os olhos esbugalhados, daí o nome). Ou seja, meu aquário agora só tem 3 peixinhos, mas eles estão bem confortáveis, segundo o Paulo, dono da loja.

Depois que paguei, ele ainda mandou: "Não é que eu não queira vender. esse é o meu negócio. Mas eu tinha que te orientar."

Tá certo...