Uma noite na Devassa

Quarta-feira de tempo meio emburrado, prometendo chuva e Mengão na TV depois da novela tentando a classificação à semi-final da Copa do Brasil.

Recebo a convocação dos ilustres Rubro-Negros Viviane e Gilvan para assistirmos ao jogo na Devassa de onde? Lógico: do Flamengo! Na concentração a presença de dois tricolores, o Léo e o Rafa que logo se despedem, pois preferem sofrer em casa. Conversa vai, chope vêm. Comidinhas também. Tudo muito caro. Começa o jogo. O bar se transforma em uma arquibancada com gritos, berros, demonstrações de paixão e fúria com os nossos peladeiros de plantão.

No meio tempo chega à nossa mesa Lord Carlos Márcio com sua mulher e uma amiga. Excelente aquisição. Mas logo depois, gol do Inter. Manguaça, manguaça, manguaça: silêncio na Devassa. Numa falha absurda de Juan, o adversário fez o gol.

No segundo tempo empatamos e o bar veio abaixo. Um barulho ensurdecedor tomou conta do local com todos se confraternizando em alegria pelo tento marcado. Após alguns instantes, vi uma moça com a mão no peito como se tivesse tomado o maior susto de sua vida. É a torcida do Mengão, fia...

Mas no final do jogo, uma falta absolutamente desnecessária foi cobrada com perfeição por um escorraçado da Gávea e acabou com nossos sonhos. Nesse momento, um gaúcho se levantou e gritou a plenos pulmões: "GOL!". O que era aquilo? Logo recebeu alguns recados carinhosos para que torcesse com menos entusiasmo e logo se calou, não se manisfestando nem ao fim da partida. Teve amor à vida o sujeito.

O desânimo foi geral e as contas começaram a serem fechadas imediatamente. Acho que os garçons e garçonetes gostaram muito desse momento. Vivi, com seu alto astral, continuou a comentar o jogo, mas de forma bastante humorada. Lord Carlos Márcio resmungava algo como "Kléberson perdeu muitos gols" ou algo parecido, mas não estava seriamente abalado. O estrago maior foi causado, como não poderia deixar de ser, em nosso Flamenguista maior, o Gilvan. Cuidado com o coração, amigo!

Conta paga, despedidas, ainda encontramos um tricolor amigo voltando do Maraca e igualmente eliminado. Pegamos um táxi para iniciarmos o trajeto FlamengoXGlóriaXCentroXGrajaú. Para terminar a noite, nada como um chofer de táxi comédia. O sujeito estava saboreando um pão quando entramos em seu táxi e no curto trajeto até a casa da Vivi ainda conseguiu contar uma piada do papagaio!?! Há quanto tempo não ouvia uma dessas. Caramba! Depois de deixarmos a Vivi em casa, a matraca do sujeito só aumentou. Mencionou um caldo verde na rua do Matoso que ainda iria tomar naquela noite. Foi difícil explicar onde o Gilvan iria descer. E o pior é que o sujeito é daqueles que a cada frase dá um tapa com o dorso da mão em seu braço. Um fofo! Sobrou eu dentro do carro e conversa vai, conversa vêm fiquei sabendo que ele tinha 75 anos, foi funcionário público a vida toda, mas o táxi sempre foi um complemento de renda. Foi quando caí na asneira de perguntar se ela lembrava como tinha sido o clima quando o Getúlio se matou. Pra que? O discurso começou na Praça da Bandeira e terminou uns 5 minutos depois de chegar à minha casa. O mais interessante foi a versão que ele ouviu de um ex "abatedor" do presidente, aqueles guardas que vão de motocicleta abrindo caminho para o carro presidencial, sabe? de que o presidente na realidade foi assassinado. Então tá.

O destaque externo da noite foi uma mulher que quando chegou com o namorado pitboy, candidato a vestibular do Jardim de Infância, e calou o bar. Chegaram no meio do jogo e foram embora imediatamente ao fim da partida. A mulher? Bumbum super empinado, silicone muito bem colocado evidenciado pelo generoso decote frontal e um rostinho angelicalmente safado. Parou e calou o bar.